Voltar

Projeto de incêndio: passo a passo para a elaboração

felipe

03 de maio de 2025

9 min. de leitura

Projeto de incêndio: passo a passo para a elaboração

Categorias relacionadas

Seções desta página

  • O que é um projeto de incêndio?
  • Quais são os componentes essenciais?
  • Sistemas de detecção e alarme
  • Planejamento de rotas de fuga
  • Infraestrutura de combate
  • Proteção passiva
  • Qual é a importância da elaboração do projeto de incêndio?
  • Consequências jurídicas e administrativas
  • Riscos humanos e patrimoniais
  • Impactos financeiros e seguráveis
  • Valorização imobiliária
  • Prevenção como investimento
  • Qual é o papel da arquitetura e engenharia no projeto de incêndio?
  • Arquiteto
  • Engenheiro
  • E o passo a passo para elaborar um projeto de incêndio? Confira!
  • Levantamento das necessidades
  • Análise das legislações
  • Desenvolvimento do projeto
  • Submissão ao corpo de bombeiros
  • Vistoria e manutenção
  • Quais são as legislações para considerar?
  • E os documentos que não podem faltar?

O Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio (popularmente conhecido como “projeto de incêndio”) bem elaborado pode ser a diferença entre uma emergência controlada e uma tragédia. Seja para um edifício residencial, comercial ou industrial, esse documento é essencial para garantir a segurança dos ocupantes e o cumprimento das leis.

Neste guia, você vai aprender o que é um projeto de incêndio e por que ele é obrigatório, qual é o papel dos arquitetos e dos engenheiros na elaboração do documento, o passo a passo completo para desenvolver um projeto eficiente e muito mais!

Por isso, se você é arquiteto, engenheiro ou gestor de obras, este conteúdo vai ajudar a evitar multas e garantir a segurança do seu projeto. Vamos nessa?

O que é um projeto de incêndio?

Mais do que um mero requisito burocrático, o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico (PPCIP) representa um sistema integrado de proteção que pode significar a diferença entre vida e morte em situações de emergência.

Além dos cenários críticos, o PPCIP também contempla a prevenção de danos à saúde dos ocupantes em situações de menor gravidade, como focos de incêndio controláveis ou presença de fumaça. Nesses casos, o projeto assegura que a evacuação ocorra de forma segura e coordenada, reduzindo riscos à integridade física dos usuários e facilitando a atuação da brigada de incêndio — equipe treinada para realizar os primeiros atendimentos e orientar a saída dos ocupantes da edificação com rapidez e segurança. 

Este documento técnico, exigido pelo Corpo de Bombeiros para emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) ou Certificado de Conformidade (CB), estabelece medidas estratégicas para garantir a segurança dos ocupantes e do patrimônio construído.

Quais são os componentes essenciais?

Um projeto completo de incêndio abrange quatro eixos fundamentais de atuação. Confira a seguir!

Sistemas de detecção e alarme

O projeto especifica a rede de sensores automáticos de fumaça e calor, aliada a dispositivos manuais de acionamento, que garantem a rápida identificação de princípios de incêndio. Inclui ainda o sistema de alarme sonoro e visual que alerta os ocupantes para iniciar a evacuação da edificação de forma organizada e segura.

Planejamento de rotas de fuga

Através de plantas específicas, define-se:

Infraestrutura de combate

O projeto detalha a instalação de:

Proteção passiva

Engloba medidas construtivas que retardam a propagação do fogo:

Qual é a importância da elaboração do projeto de incêndio?

O PPCIP não se resume a desenhos técnicos e memoriais: ele traduz a análise estratégica dos riscos da edificação em soluções práticas, como dimensionamento de rotas de fuga, escolha de equipamentos e definição de sistemas de alarme e combate. É essa combinação de planejamento e execução que garante uma resposta rápida e eficaz diante de qualquer princípio de incêndio.

Quer saber o que você pode evitar com um bom plano contra incêndios? Dê uma olhada a seguir! 

Consequências jurídicas e administrativas

A ausência de um projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros acarreta graves implicações legais. Sem ele, o imóvel fica sujeito a embargo imediato, impedindo seu funcionamento até a regularização. Multas diárias podem ser aplicadas, acumulando valores expressivos. 

Além disso, a prefeitura municipal condiciona a emissão do habite-se à apresentação do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), sem o qual o imóvel não pode ser legalmente ocupado ou comercializado.

Riscos humanos e patrimoniais

E não é só papelada, não! As edificações sem proteção adequada contra incêndios transformam-se em armadilhas potenciais:

Impactos financeiros e seguráveis

Seguradoras consideram o AVCB válido como requisito básico para cobertura de danos por incêndio. Sem esta certificação:

Valorização imobiliária

Imóveis com sistema anti-incêndio regularizado apresentam:

Prevenção como investimento

Um projeto bem elaborado representa economia a médio e longo prazo:

Qual é o papel da arquitetura e engenharia no projeto de incêndio?

Vamos entender qual é o papel de cada um desses profissionais na elaboração desse documento importantíssimo? Chegou a hora!

Arquiteto

De modo geral, o arquiteto:

Engenheiro

O engenheiro, por sua vez:

E o passo a passo para elaborar um projeto de incêndio? Confira!

A criação de um projeto de prevenção e combate a incêndios exige metodologia rigorosa e atenção a detalhes críticos de segurança. 

Este processo técnico, quando bem executado, resulta em sistemas integrados que protegem vidas e patrimônios, atendendo plenamente às exigências do Corpo de Bombeiros.

Continue para conferir o passo a passo completo!

Levantamento das necessidades

A primeira etapa consiste em compreender profundamente as características específicas da edificação. O profissional responsável deve classificar o tipo de ocupação — residencial, comercial, hospitalar, industrial ou misto — pois cada categoria apresenta riscos e requisitos distintos. 

O cálculo preciso da lotação máxima é fundamental, determinando quantas pessoas poderão ocupar o espaço simultaneamente. Essa informação será crucial para dimensionar rotas de fuga, saídas de emergência e equipamentos de combate.

Análise das legislações

Com os dados básicos coletados, inicia-se a imersão no complexo normativo que rege a segurança contra incêndios. Além das instruções técnicas específicas do Corpo de Bombeiros de cada estado, diversas normas técnicas entram em cena. 

A ABNT NBR 9077 (Saídas de emergência em edifícios) estabelece parâmetros para saídas de emergência em edifícios, enquanto a ABNT NBR 12693 (Sistemas de proteção por extintores de incêndio) regulamenta sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers). 

A iluminação de emergência segue os critérios da ABNT NBR 17240 (Sistemas de detecção e alarme de incêndio), garantindo visibilidade mesmo durante falhas de energia. Essa fase exige conhecimento especializado para interpretar corretamente como cada norma se aplica ao caso concreto.

Desenvolvimento do projeto

A fase de elaboração propriamente dita transforma os requisitos normativos em soluções práticas. As plantas técnicas devem mostrar com clareza todos os elementos de segurança: desde a largura e sinalização das rotas de fuga até a localização estratégica de extintores, hidrantes e estações de alarme. 

O memorial de cálculo complementa os desenhos, apresentando os fundamentos técnicos das decisões projetuais — como o cálculo da vazão necessária para o sistema de sprinklers ou o dimensionamento do reservatório exclusivo para incêndio. 

Detalhes construtivos especificam como serão implementadas as barreiras contra fogo (compartimentação) e quais materiais serão utilizados em cada componente do sistema.

Submissão ao corpo de bombeiros

Com o projeto completo, inicia-se o trâmite junto ao Corpo de Bombeiros local. Muitas corporações permitem ou até incentivam uma análise prévia do projeto antes da execução das obras, evitando retrabalhos custosos. 

Após a aprovação, as instalações devem ser realizadas exatamente conforme o projeto aprovado, utilizando apenas materiais e equipamentos certificados. Qualquer modificação durante a execução exige reapresentação do projeto para nova análise.

Vistoria e manutenção

Com todos os sistemas instalados, solicita-se a vistoria técnica do Corpo de Bombeiros para obtenção do AVCB ou certificado equivalente. Esse documento, porém, não é permanente e exige renovação periódica mediante novas vistorias. 

Um programa de manutenção preventiva deve ser estabelecido, incluindo testes regulares nos sistemas de alarme, recarga de extintores, verificação das saídas de emergência, manutenção e eventual revalidação da brigada de incêndio, além de atualizações no projeto sempre que houver mudanças significativas no uso ou layout do imóvel.

Quais são as legislações para considerar?

Cada estado brasileiro possui suas próprias Instruções Técnicas (ITs) que estabelecem os requisitos mínimos para projetos de incêndio. 

Em São Paulo, por exemplo, a IT 01/2019 funciona como documento norteador principal, definindo parâmetros para diferentes tipos de ocupação e riscos. Essas instruções estaduais costumam especificar:

Complementando as ITs estaduais, as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas detalham aspectos específicos dos sistemas de proteção:

A NBR 9077 estabelece critérios essenciais para saídas de emergência em edifícios, definindo requisitos precisos para:

Para sistemas automatizados de combate, a NBR 12693 regulamenta os sistemas fixos por sprinklers, abordando:

A sinalização de segurança segue os parâmetros da NBR 11742, que especifica:

Os sistemas de hidrantes são regidos pela NBR 13714, que define:

Ou seja: são muitas normas para seguir!

E os documentos que não podem faltar?

A elaboração de um projeto de prevenção e combate a incêndios exige a compilação de documentos técnicos minuciosos que comprovem a adequação da edificação às normas de segurança. 

Eles incluem:

Concluir um projeto de prevenção e combate a incêndio é mais do que atender a uma exigência legal — é consolidar a segurança da edificação por meio de critérios técnicos e ações coordenadas. Seguir as normas vigentes, manter os sistemas operantes e qualificar os responsáveis internos garante não apenas conformidade, mas preparo real diante de qualquer eventualidade.

Precisa de ajuda com seu projeto? Consulte um especialista em segurança contra incêndio para evitar erros! Entre em contato e vamos ajudar!

felipe

Eng. Civil há quase 20 anos com especialização em projetos estruturais. Empreendedor na área de tecnologias para construção civil com ênfase em gestão de projetos e BIM. Pesquisador (Universidade de São Paulo) e autor de artigos científicos internacionais sobre BIM.

Conheça nosso canal no Youtube

Conteúdos que te ajudam a entender melhor o mercado de Engenharia e Arquitetura

Acessar

Mais conteúdo sobre

Gestão de Projetos