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Conheça 7 tipos de laje e quando utilizar cada uma

felipe

19 de maio de 2025

13 min. de leitura

Conheça 7 tipos de laje e quando utilizar cada uma

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Seções desta página

  • Qual é o conceito de laje?
  • Qual é a função estrutural da laje?
  • Suporte de cargas 
  • Rigidez à edificação 
  • Proteção e isolamento 
  • Qual é a importância da escolha do tipo de laje?
  • Custo da obra  
  • Velocidade de execução  
  • Vão livre  
  • Carga suportada  
  • Quais são os tipos de laje e quando usar cada uma?
  • 1. Laje maciça
  • 2. Laje nervurada
  • 3. Laje treliçada
  • 4. Laje alveolar
  • 5. Laje plana 
  • 6. Laje cogumelo
  • 7. Laje Steel Deck
  • Como escolher o tipo de laje ideal?
  • Orçamento
  • Cronograma
  • Arquitetura
  • Cargas
  • Ajuda profissional

A laje é um dos elementos mais importantes de uma construção, responsável por distribuir cargas, garantir a estabilidade e definir os pavimentos de um edifício. Escolher o tipo certo de laje pode impactar diretamente no custo, prazo e segurança da obra.

Nos próximos instantes, você vai conhecer os principais tipos de laje, suas vantagens e desvantagens, e em quais situações cada uma é mais indicada. Além disso, explicaremos a função estrutural da laje, sua importância no projeto e daremos exemplos práticos de aplicação.

Se você está em dúvida sobre qual laje utilizar na sua construção, continue lendo e descubra a melhor opção para o seu projeto!

Qual é o conceito de laje?

A laje é uma estrutura plana e horizontal, geralmente de concreto, que serve como piso ou teto em uma construção. Sua função é suportar cargas — como móveis, pessoas e equipamentos —, transferindo-as para vigas ou paredes, que por sua vez as conduzem até os pilares e fundações.

Existem diferentes materiais e sistemas construtivos para lajes, cada um com características próprias que influenciam na resistência, durabilidade e custo da obra.

Continue para saber mais!

Qual é a função estrutural da laje?

Mais do que simplesmente separar um pavimento de outro, a laje é um elemento fundamental que dá integridade e segurança a toda a estrutura de uma edificação. 

Sendo assim, o seu papel vai muito além da função básica de servir como piso ou teto. Em outras palavras, ela é responsável por manter o equilíbrio e a resistência do edifício como um todo.

Saiba mais a seguir!

Suporte de cargas 

Uma das principais atribuições da laje é atuar como distribuidora de cargas. Imagine todo o peso de móveis, pessoas e equipamentos que ficam sobre um piso. Sem a laje, essa carga ficaria concentrada em pontos específicos, sobrecarregando a estrutura. 

A laje inteligentemente transfere esses esforços para as vigas e pilares, que por sua vez levam o peso até as fundações. Esse sistema de distribuição é calculado com precisão pelos engenheiros para evitar que qualquer parte da estrutura receba mais peso do que pode suportar.

Rigidez à edificação 

Além disso, a laje proporciona rigidez ao conjunto estrutural. Ela funciona como uma grande chapa que conecta todos os elementos verticais (pilares), impedindo que a edificação sofra deformações excessivas ou movimentos indesejados. 

Essa característica é especialmente importante em regiões sujeitas a ventos fortes ou pequenos abalos sísmicos, onde a estrutura precisa trabalhar como um conjunto monolítico.

Proteção e isolamento 

Outra função essencial, mas muitas vezes subestimada, é o isolamento térmico e acústico que a laje proporciona entre os pavimentos. O concreto armado, material mais comum em lajes, combinado com outros elementos como mantas isolantes ou camadas de argamassa, cria uma barreira eficiente contra a transferência de calor e ruídos entre os andares, servindo também para retardar a propagação do fogo em caso um caso incêndio.

Esses aspectos de desempenho estão alinhados às exigências da ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais), que estabelece requisitos mínimos para conforto térmico, acústico, sensorial (controle de vibrações) e para as diversas dimensões de segurança: estrutural, contra incêndio e no uso das edificações. Cabe ao engenheiro responsável pelo projeto estrutural verificar se as espessuras e configurações adotadas para as lajes atenderão aos níveis de desempenho exigidos, garantindo o conforto e a segurança dos usuários.

Qual é a importância da escolha do tipo de laje?

Selecionar o tipo de laje ideal para uma construção é uma das decisões mais importantes do projeto estrutural, com implicações que vão desde o orçamento até a durabilidade da edificação. Continue para saber mais!

Custo da obra  

O aspecto financeiro pesa significativamente nessa equação. Lajes pré-moldadas, por exemplo, costumam apresentar um custo mais atrativo para obras de médio e grande porte, enquanto as lajes maciças moldadas in loco podem ser mais vantajosas em construções menores ou com geometrias complexas. 

No entanto, a economia inicial não deve ser o único critério. É fundamental considerar também os custos indiretos, como a necessidade de mão de obra especializada, produtividade do método construtivo ou necessidade de equipamentos específicos para cada sistema.

Velocidade de execução  

O cronograma da obra é outro fator determinante. Para projetos com prazos apertados, as lajes pré-fabricadas oferecem uma vantagem competitiva importante, podendo reduzir bastante o tempo de execução comparado às convencionais. 

Essa agilidade se traduz em menor tempo de aluguel de equipamentos, redução de custos com pessoal e antecipação da entrega, que são fatores que muitas vezes compensam um eventual custo unitário mais elevado.

Vão livre  

A dimensão dos vãos livres é talvez a consideração técnica mais crítica. Cada tipo de laje possui uma capacidade distinta de vencer espaços sem apoios intermediários. 

Enquanto lajes nervuradas podem cobrir vãos maiores com menos material, as maciças tradicionais têm limitações mais restritas. Um erro nessa avaliação pode exigir a inclusão de vigas adicionais ou até mesmo a substituição do sistema estrutural já durante a obra.

Carga suportada  

A natureza das cargas atuantes completa o quadro de decisão. Uma residência unifamiliar, um galpão industrial e um hospital multiuso impõem demandas radicalmente diferentes à estrutura. 

Lajes que suportam equipamentos pesados ou tráfego intenso precisam de armaduras especiais e maiores espessuras, enquanto em ambientes residenciais é possível adotar soluções mais esbeltas.

Flexibilidade arquitetônica e compatibilização de projetos  

Além dos fatores estruturais e econômicos, a escolha do tipo de laje impacta diretamente a flexibilidade do projeto arquitetônico e a compatibilização com as demais disciplinas técnicas. Sistemas que dispensam o uso de vigas aparentes, como lajes planas e lajes cogumelo, oferecem maior liberdade no layout interno, permitindo alterações futuras de divisórias e adaptações de uso dos ambientes com mais facilidade.

Esses sistemas também favorecem a distribuição de instalações prediais — como redes elétricas, hidráulicas e de climatização —, permitindo trajetos mais diretos e flexíveis sob a laje, além de facilitar a criação de aberturas verticais (shafts e passagens técnicas) para a travessia de tubulações entre pavimentos. Em contraste, sistemas como lajes nervuradas ou treliçadas, devido à presença de nervuras estruturais, impõem limitações tanto no traçado horizontal das instalações quanto na criação de aberturas, exigindo planejamento rigoroso e, muitas vezes, reforços locais para manter a integridade estrutural.

O traçado dos cabos de protensão também pode se tornar um fator limitante para a realização de aberturas futuras em lajes já construídas, exigindo atenção especial durante o projeto e compatibilização. Por esse motivo, é comum que as plantas estruturais indiquem explicitamente as regiões onde as aberturas são possíveis sem comprometer a segurança da estrutura.

Essa flexibilidade é especialmente valorizada em edifícios comerciais, coworkings, shopping centers, hospitais e residenciais de alto padrão, onde a personalização de plantas, a facilidade de manutenção e a previsibilidade de instalações são diferenciais competitivos. Por outro lado, em edificações com plantas setorizadas fixas, como residências unifamiliares ou escolas, essa liberdade pode ser menos relevante frente a outros critérios estruturais. Considerar a integração entre arquitetura, estrutura e instalações desde as fases iniciais do projeto é fundamental para reduzir conflitos, prever aberturas (shafts) e reforços onde necessário, evitar retrabalhos e otimizar o desempenho global da edificação.

Tecnologias especiais para aumento de eficiência

O emprego de sistemas de protensão pode ampliar ainda mais as possibilidades de projeto, permitindo a execução de lajes mais esbeltas e grandes vãos livres, reduzindo a quantidade de pilares e possibilitando layouts mais flexíveis. A avaliação da viabilidade técnica e econômica da protensão deve ser realizada já nas fases iniciais do projeto.

Fique de olho! Escolher a laje errada pode levar a problemas como fissuras, gastos excessivos ou até a necessidade de reforço estrutural no futuro.

Quais são os tipos de laje e quando usar cada uma?

Existem diversos tipos de laje, cada uma com características específicas. Conheça as principais!

1. Laje maciça

A laje maciça, executada in loco com concreto armado e fôrmas de madeira, continua sendo uma das soluções mais utilizadas na construção civil. Sua principal vantagem reside na robustez e capacidade de suportar cargas elevadas, além de proporcionar excelente isolamento acústico entre pavimentos. 

No entanto, esse sistema demanda maior consumo de materiais e mão de obra, além de um tempo de cura considerável. É particularmente indicada para edifícios verticais residenciais e comerciais, nos quais a repetibilidade dos pavimentos-tipo dilui o custo das fôrmas de madeira, e a resistência e a durabilidade são prioritárias.

2. Laje nervurada

Quando o projeto exige vencer grandes distâncias sem apoios intermediários, a laje nervurada surge como solução inteligente. Sua estrutura com nervuras (que podem ser longitudinais ou bidirecionais) permite reduzir significativamente o peso próprio da laje enquanto mantém a resistência necessária.

Embora exija mão de obra especializada e cuidados no detalhamento das armaduras, esse sistema é ideal para galpões industriais, estacionamentos, centros comerciais e outras edificações com grandes áreas livres. Em situações que demandam vãos ainda maiores ou controle rigoroso de deformações, a laje nervurada pode ser associada à protensão (geralmente feita com cordoalhas engraxadas), otimizando seu desempenho estrutural.

3. Laje treliçada

Formada por vigotas pré-moldadas com armaduras do tipo treliça metálica e elementos de enchimento (que podem ser cerâmicos ou de EPS), a laje treliçada combina facilidade de montagem no canteiro com boa capacidade de vencer vãos moderados. É amplamente utilizada em edificações residenciais e comerciais de pequeno a médio porte, oferecendo boa relação custo-benefício. 

4. Laje alveolar

As lajes alveolares, caracterizadas por suas câmaras de ar internas, representam um equilíbrio interessante entre peso-próprio reduzido e desempenho estrutural. 

Sua instalação relativamente simples e a economia de materiais as tornam populares em obras industriais, mezaninos de galpões, edifícios comerciais e residenciais com vãos médios. Contudo, não são a melhor opção para situações com cargas concentradas muito elevadas ou onde se exija grande resistência à punção. As lajes alveolares geralmente são protendidas, o que permite vencer grandes vãos com menor espessura e ganho de desempenho estrutural. A protensão incorporada aumenta a capacidade de carga e reduz a necessidade de vigas intermediárias.

5. Laje plana 

A laje plana caracteriza-se pela ausência de vigas aparentes e pela espessura uniforme em toda sua extensão. Favorece a passagem de instalações elétricas e hidráulicas, permite um pé-direito mais elevado e proporciona maior liberdade para alterações futuras no layout interno. Muito utilizada em projetos arquitetônicos contemporâneos, esse sistema pode, conforme as necessidades estruturais, exigir o uso de capitéis ou armaduras de reforço localizadas para resistir adequadamente aos esforços de punção. Em obras que demandam grandes vãos ou menores espessuras, a laje plana pode ser projetada com sistemas de protensão, aumentando sua eficiência estrutural.

6. Laje cogumelo

A laje cogumelo é uma variação da laje plana que incorpora capitéis — alargamentos no topo dos pilares — com o objetivo de aumentar a resistência à punção. Ao eliminar o uso de vigas e reforçar os apoios, esse sistema proporciona maior liberdade de layout interno e um visual esteticamente mais limpo, sendo especialmente indicado para lojas, escritórios e espaços comerciais. Seu dimensionamento exige um cálculo estrutural preciso e cuidados específicos nos detalhes de ligação entre laje e pilares.

7. Laje Steel Deck

Composta por uma chapa metálica perfilada que atua como fôrma colaborante para o concreto moldado sobre ela, a laje Steel Deck combina rapidez de execução, leveza e alta produtividade no canteiro de obras. É muito utilizada em edifícios comerciais, estacionamentos, galpões industriais e obras de retrofit. A solução oferece significativa redução de cargas permanentes e flexibilidade no cronograma de execução.

Como escolher o tipo de laje ideal?

Essa decisão técnica requer uma análise cuidadosa de múltiplos fatores que vão determinar não apenas o sucesso da obra, mas também o desempenho da edificação ao longo dos anos e deve ser respaldada pelas diretrizes da NBR 6118, que normatiza o dimensionamento das estruturas de concreto armado. Continue para saber mais!

Orçamento

Seu orçamento será o primeiro grande filtro na seleção. Lajes pré-moldadas e alveolares costumam oferecer custos mais competitivos em projetos de médio porte. Já sistemas mais robustos, como a laje cogumelo ou as lajes nervuradas moldadas in loco, podem elevar significativamente o investimento. 

As lajes treliçadas, por sua vez, tendem a apresentar um bom equilíbrio entre custo e desempenho estrutural, sendo bastante utilizadas em obras residenciais.

Mas atenção: o preço inicial é apenas parte da equação. Considere também os custos indiretos, como mão de obra especializada, equipamentos necessários e até eventuais gastos com manutenção futura. Uma laje mais barata hoje pode se tornar um problema caro amanhã se não atender às reais necessidades da edificação.

Cronograma

Em projetos com prazos apertados, a velocidade de execução vira prioridade. Lajes pré-fabricadas podem reduzir o tempo de obra comparado às convencionais, acelerando todo o fluxo construtivo. 

Já as lajes maciças tradicionais, apesar de versáteis, demandam dias de cura e maior tempo de montagem das formas. Avalie criteriosamente quanto tempo você pode dedicar a essa etapa. Atrasos na laje impactam toda a sequência construtiva.

Arquitetura

A definição arquitetônica do projeto influencia diretamente a escolha dos sistemas estruturais. Para vãos extensos, como os encontrados em salões de eventos, galpões industriais ou centros comerciais, as lajes nervuradas moldadas in loco são recomendadas por sua capacidade de vencer grandes distâncias com menor peso próprio.

Já as lajes treliçadas com blocos de enchimento são mais apropriadas para edificações de pequeno a médio porte, oferecendo praticidade na execução e bom desempenho em vãos reduzidos.

Em residências unifamiliares ou edifícios convencionais, lajes maciças ou alveolares podem ser perfeitamente adequadas. Lembre-se: cada metro adicional de vão livre pode significar um aumento exponencial nas exigências estruturais.

Cargas

A natureza do uso do imóvel determina a capacidade estrutural necessária. Um depósito industrial que receberá máquinas pesadas precisa de uma laje completamente diferente de um apartamento residencial. 

Considere não apenas o peso estático, mas também cargas dinâmicas (como tráfego de pessoas e equipamentos) e eventuais impactos. Neste ponto, a assessoria de um engenheiro calculista é importante para converter essas necessidades em especificações técnicas precisas.

Ajuda profissional

Embora conhecer os tipos de laje seja importante, a decisão final deve sempre contar com análise estrutural qualificada. Desse modo, será possível analisar:

Como você viu, escolher o tipo de laje certo é fundamental para garantir segurança, economia e eficiência na construção. Cada modelo tem suas particularidades, e a decisão deve ser baseada no tipo de obra, carga suportada, condições de execução e orçamento, mas lembre-se de que a flexibilidade de uso futuro também deve ser considerada na estratégia de projeto.

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felipe

Eng. Civil há quase 20 anos com especialização em projetos estruturais. Empreendedor na área de tecnologias para construção civil com ênfase em gestão de projetos e BIM. Pesquisador (Universidade de São Paulo) e autor de artigos científicos internacionais sobre BIM.

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