6 certificações ambientais mais importantes na construção civil
Editores Coordenando
03 de maio de 2025
9 min. de leitura
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Seções desta página
- O que são as certificações ambientais?
- Para que servem as certificações ambientais?
- Atraem investidores
- Reduzem custos operacionais
- Garantem conformidade legal
- Melhoram a imagem corporativa
- Qual é a importância das certificações na construção civil?
- As 6 principais certificações ambientais na construção civil
- 1. LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
- 2. Selo Verde (Processo AQUA)
- 3. AQUA-HQE (Alta Qualidade Ambiental)
- 4. EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies)
- 5. PBE Edifica
- 6. PROCEL Edifica
- Como ocorre a emissão das certificações?
- Pré-requisitos
- Documentação
- Auditoria
- Pontuação
- Certificação
- Quais as boas práticas ambientais na construção?
- Gestão de resíduos
- Reúso de água
- Energia renovável
- Bioconstrução
A sustentabilidade na construção civil deixou de ser um diferencial para se tornar obrigação e estratégia de mercado. Com o aumento da consciência ambiental, as certificações verdes surgem como selos de qualidade que comprovam o compromisso de uma obra com a eficiência energética, redução de impactos e bem-estar dos usuários.
Neste guia, você vai conhecer as principais certificações ambientais na construção civil, como são emitidas e quais boas práticas vão além desses selos. E mais: apresentamos um exemplo real de aplicação da certificação LEED em um grande empreendimento logístico. Se você é engenheiro, arquiteto ou gestor de obras, entender esses critérios pode alavancar seus projetos e atrair clientes conscientes.
Vamos começar?
O que são as certificações ambientais?
Certificações ambientais são normas técnicas e selos que atestam que uma construção segue critérios sustentáveis em seu projeto, materiais e operação. Elas são concedidas por organizações independentes após avaliação rigorosa de indicadores como:
Essas certificações não só reduzem o impacto ambiental, mas também valorizam o imóvel no mercado.
Para que servem as certificações ambientais?
Além de comprovar a sustentabilidade de uma edificação, esses selos têm funções estratégicas. Vamos saber mais?
Atraem investidores
Edifícios certificados despertam maior interesse de fundos de investimento e compradores que reconhecem não apenas o valor imediato da propriedade, mas a flexibilidade que elas têm frente às crescentes demandas por sustentabilidade.
Em outras palavras, imóveis sustentáveis atraem investidores. Afinal, essa percepção de valor diferenciado se traduz em vantagens competitivas tanto na comercialização quanto no arrendamento de espaços.
Reduzem custos operacionais
A dimensão operacional revela outro benefício fundamental. Projetos que conquistam essas certificações costumam apresentar sistemas melhorados de consumo energético e hídrico, resultando em reduções significativas nos custos de manutenção ao longo dos anos.
Essa eficiência operacional se torna cada vez mais relevante em um contexto de preços voláteis nos recursos naturais e energia.
Garantem conformidade legal
Do ponto de vista regulatório, as certificações servem como garantia de conformidade com a legislação ambiental atual e futura. Num cenário onde as normas de sustentabilidade se tornam progressivamente mais rigorosas, esses selos antecipam exigências que poderiam representar custosas adaptações posteriores. E, com isso, evitam muita dor de cabeça.
Melhoram a imagem corporativa
Por fim, no campo da reputação corporativa, esses certificados funcionam como declarações de compromisso com a responsabilidade ambiental. E isso é extremamente necessário num mercado cada vez mais consciente!
Assim, os projetos com certificações verdes constroem narrativas positivas que ressoam junto a clientes, parceiros e a sociedade em geral.
Qual é a importância das certificações na construção civil?
O setor da construção civil, reconhecidamente um dos maiores consumidores de recursos naturais e energia, encontra nessas certificações um caminho para transformar sua relação com o meio ambiente.
Assim, esses selos são ferramentas que redefinem processos construtivos desde sua concepção. Com isso, eles atuam como guias para minimizar os impactos ambientais das edificações, orientando desde a seleção de materiais até sistemas eficientes de operação.
Ou seja: essa abordagem preventiva se mostra cada vez mais vital em um planeta com recursos finitos!
Além disso, no âmbito corporativo, as certificações atendem à crescente demanda por práticas ESG (Environmental, Social e Governance), tornando-se indicadores concretos de responsabilidade ambiental para investidores e consumidores.
Outro aspecto crucial é a capacidade desses selos em antecipar futuras regulamentações ambientais. À medida que governos adotam políticas mais rígidas de descarbonização, essas certificações funcionam como mecanismos preventivos, mitigando riscos legais e financeiros associados a adaptações não planejadas.
As 6 principais certificações ambientais na construção civil
Agora, chegou a hora de você conhecer os exemplos mais comuns quando o assunto envolve as certificações ambientais nesse segmento. Vamos lá?
1. LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
Desenvolvido pelo Green Building Council dos EUA, o LEED estabeleceu-se como o sistema de certificação mais reconhecido mundialmente.
Seu método abrangente avalia desde o consumo de recursos até o conforto ambiental interno, oferecendo quatro níveis de certificação (certificado, silver, gold e platinum) que variam conforme o desempenho alcançado. O processo exige auditorias rigorosas por profissionais credenciados, garantindo a conformidade com seus elevados padrões de sustentabilidade.
💡 Quer ver um exemplo prático? Confira o case da WebProject no projeto Cajamar da Prologis, onde a certificação LEED foi aplicada com apoio de soluções digitais que contribuíram para o controle técnico e documental em um dos maiores centros logísticos sustentáveis do Brasil.
2. Selo Verde (Processo AQUA)
Criado pela Fundação Vanzolini, o Processo AQUA representa a adaptação do conceito francês de Alta Qualidade Ambiental à realidade brasileira. Diferente de outros sistemas, ele acompanha todo o ciclo de vida da edificação, desde a fase de projeto até a ocupação, com ênfase especial no bem-estar dos usuários e na gestão responsável de recursos.
3. AQUA-HQE (Alta Qualidade Ambiental)
O sistema francês de Alta Qualidade Ambiental, em sua versão brasileira (AQUA-HQE), destaca-se por sua abordagem holística, avaliando a edificação através de 14 categorias de desempenho distintas. Seu diferencial está no equilíbrio entre aspectos ambientais e a qualidade de vida proporcionada aos ocupantes, promovendo espaços saudáveis e sustentáveis.
4. EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies)
Desenvolvido com apoio do Banco Mundial, o EDGE (Excellence in Design For Greater Efficiencies) foca em soluções de eficiência que sejam economicamente viáveis, especialmente para projetos de habitação acessível. Seu sistema simplificado busca garantir reduções mínimas de 20% no consumo de energia, água e materiais, utilizando ferramentas de simulação para validar os resultados.
5. PBE Edifica
Coordenado pelo Inmetro, o PBE Edifica (Programa Brasileiro de Etiquetagem) classifica as edificações de A (mais eficiente) a E (menos eficiente) com base em seu desempenho energético. Além de avaliar projetos, realiza testes in loco para verificar a conformidade com os parâmetros estabelecidos, tornando-se uma ferramenta importante para o mercado imobiliário nacional.
6. PROCEL Edifica
Iniciativa da Eletrobrás, o PROCEL Edifica complementa o PBE com foco específico na redução do consumo energético. Utilizando simulações computacionais avançadas, identifica oportunidades de economia e incentiva a adoção de tecnologias mais eficientes, contribuindo para a redução da demanda por energia no setor construído.
Como ocorre a emissão das certificações?
O processo varia por certificadora, mas geralmente inclui uma série de etapas igualmente importantes. Confira mais detalhes a seguir!
Pré-requisitos
Tudo começa com a fase de adequação aos pré-requisitos, onde a obra deve demonstrar conformidade com requisitos básicos que variam conforme o tipo de certificação escolhida. Esta etapa funciona como um filtro inicial, garantindo que apenas projetos genuinamente comprometidos com a sustentabilidade prossigam no processo.
Documentação
Na sequência, inicia-se a meticulosa compilação de evidências, onde cada aspecto sustentável do projeto precisa ser documentado com precisão. Engenheiros e arquitetos preparam dossiês técnicos que detalham desde os sistemas de eficiência energética até a procedência dos materiais utilizados.
Esta documentação vai muito além de relatórios e inclui plantas especiais, fichas técnicas de produtos e até registros fotográficos da execução.
Para garantir a rastreabilidade e o controle desse grande volume de informações técnicas, o uso de plataformas especializadas como a WebProject pode fazer toda a diferença. Com recursos de GED (Gestão Eletrônica de Documentos), versionamento automático, relatórios de distribuição e controle de cópias por QR-Code, a solução oferece segurança e agilidade no processo de auditoria. Além disso, facilita a compatibilização documental exigida por muitas certificadoras, concentrando, em um único ambiente digital, tanto os registros comprobatórios quanto as versões atualizadas dos projetos técnicos.
Auditoria
A etapa de auditoria técnica representa o momento da verdade, quando especialistas independentes avaliam in loco ou remotamente a veracidade das informações submetidas.
Esses profissionais realizam verificações minuciosas, comparando o que foi prometido no projeto com o que efetivamente foi construído. A profundidade dessa análise varia conforme o rigor de cada certificação, podendo incluir testes de desempenho e entrevistas com usuários.
Pontuação
O sistema de avaliação por critérios funciona como uma bússola que guia todo o processo. No modelo do LEED, por exemplo, os projetos acumulam créditos em diversas categorias, cada um representando uma conquista específica em sustentabilidade.
Outros sistemas, como o AQUA, adotam abordagens diferentes, mas sempre com o objetivo de quantificar o desempenho ambiental da edificação.
Certificação
Ao final desse rigoroso processo, a concessão do selo oficializa o reconhecimento do compromisso ambiental do empreendimento. Contudo, muitas certificações exigem manutenção periódica, garantindo que os padrões sejam mantidos durante toda a vida útil do edifício.
Quais as boas práticas ambientais na construção?
Mesmo sem buscar um selo, sua obra pode adotar algumas práticas que favorecem não só a reputação da empresa e do empreendimento, mas também podem gerar bastante economia. Veja abaixo!
Gestão de resíduos
Um dos maiores desafios ambientais do setor encontra solução no tratamento adequado dos resíduos. A separação e reciclagem de entulho (RCD) permite transformar o que seria descarte em matéria-prima para novas aplicações. Essa prática reduz custos com transporte e destinação final, além de diminuir a pressão sobre aterros sanitários.
Reúso de água
Sistemas de captação de água pluvial, quando integrados ao projeto desde o início, podem suprir diversas necessidades não-potáveis da obra. O tratamento e reúso de águas cinzas complementam essa abordagem, criando um ciclo virtuoso que reduz drasticamente o consumo desse recurso precioso.
Energia renovável
A instalação de painéis solares fotovoltaicos representa apenas a face mais visível de uma estratégia energética consciente. O aproveitamento máximo da iluminação natural através de posicionamento inteligente de aberturas, combinado com sistemas de ventilação passiva, reduz a demanda por climatização artificial. Essas medidas têm retorno financeiro garantido ao longo do tempo de uso da edificação.
Bioconstrução
O resgate de técnicas tradicionais com terra compactada se alia à inovação no uso de materiais como o bambu, que combinam baixo impacto ambiental com desempenho estrutural surpreendente. Essas alternativas não apenas reduzem a pegada de carbono da construção, como criam ambientes com qualidades térmicas e acústicas superiores.
Ou seja: as certificações ambientais na construção civil são ferramentas poderosas para garantir sustentabilidade, economia e valorização do imóvel. Seja optando pelo LEED, AQUA-HQE ou PBE Edifica, o importante é integrar práticas verdes desde o projeto.
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